Assaí nasceu e cresceu ao impulso
colonizador, implementada pela “BRATAC – Sociedade Colonizadora do Brasil Ltda,
que adquiriu a Fazenda Três Barras, com 13.600 alqueires, localizada no
município de São Jerônimo da Serra” (Asari, 1992), com respaldo da Administração
Pública do Estado e com o apoio do capital japonês para financiamento de suas
lavouras e na compra da produção.
“A BRATAC era uma empresa de economia
mista, com capital constituído pelos contribuintes das províncias japonesas e
de particulares e dividido em ações no valor de 50 ienes. Propunha-se recrutar
e encaminhar os imigrantes de colonização agrícola não deixando-os isolados,
mas organizando-os como colonos-proprietários, em núcleos planejados”. Vieira
(1973:45).
A comunidade japonesa esta
diretamente ligada a colonização de Assaí, confirmado nos sobrenomes de seus
fundadores, assim como na colonização de todo norte do Paraná, sendo poucas as
cidades que não tiveram a participação nipônica em seu desbravamento. Em
nenhuma delas, porém, foi tão intensa quanto em Assaí.
Ainda nos dias de hoje, constata-se a forte
presença dos japoneses no município, além dos traços orientais nos rostos dos
assaienses, a estrutura organizacional da comunidade nipônica é destaque
e motivo de admiração por todos na atualidade, observados na organização de
festas e eventos tradicionais, nas cooperativas, no sistema de produção de
frutas no espaço agrícola e em suas associações.
Assaí carrega as tradições e a língua
japonesa do final da década de 1930, dos seus primeiros colonizadores, essas
tradições são realimentadas ano a ano pelos filhos e netos de japoneses que vão
ao Japão para trabalhar e passear e retornam constatando que Assaí tornou-se a
memória do Japão por conservar hábitos e tradições já extintos pela evolução
tecnológica de seu país de origem.
Colonização/Fundação
Em 1932, a Companhia
Colonizadora Três Barras fundou uma fazenda no ponto onde hoje se situa a sede
municipal de Assaí. Posteriormente, a colonizadora iniciou a venda de lotes
rurais e urbanos, permitindo a vinda de inúmeras famílias, especialmente de
japoneses. O local passou a chamar-se Assailand, em referência aos imigrantes
provenientes do Japão.
Em 1932, um grupo de homens de origem
japonesa, após adquirir do governo do estado considerável área de terras
devolutas nesta região do vale do Rio Tibagi, no dia 1 de maio daquele ano e
partindo da centenária cidade de Jataí (hoje Jataizinho), embrenhou-se mata a
dentro, cujo grupo era chefiado pelo Senhor Miyuki Saito e integrado pelos
Senhores Itissuke Nishimura, Utaro Katsuda, Tokujiro Tsutsui, Junzo Nagai os
quais inicialmente alcançaram onde hoje se localiza a sede da secção; ali foi
derrubada a primeira árvore para ser localizada a sede provisória da Fazenda
Três Barras.
Evolução Administrativa.
Distrito - em 1938, de conformidade com o
Decreto Lei nº 7573, de 20 de outubro daquele ano, foi elevado a categoria de
Distrito pertencente ao município de São Jerônimo da Serra, como território
desmembrado do Distrito de Jataí do mesmo município.
Município -
Devido ao impulso e desenvolvimento sócio econômico a densidade geográfica e de
conformidade com as normas estabelecidas na Lei Orgânica Nacional nº 311, de 02
de março de 1938, o Governo do Estado, através do Decreto Lei nº 199 de 30 de
dezembro de 1943, criou e elevou a categoria de Município, com território
desmembrado do Município de São Jerônimo da Serra, com sede onde se localiza a
sua atual cidade, tendo como parte integrante do seu território os distritos de
então Jataí e Uraí, estes mais tarde através da Lei nº 02 de 10 de outubro de
1947 foram elevados a categoria de Município perdendo assim Assaí, três anos
mais tarde, elevada a área de seu território.
Emancipação -
O município de Assaí foi solenemente instalado no dia 28 de janeiro de 1944, de
acordo com as normas estabelecidas pela Lei Orgânica Estadual nº 311, de 02 de
março de 1938, conforme consta na Ata de Instalação, livro próprio da
Prefeitura Municipal, ato este presidido por seu Prefeito Municipal nomeado
pelo Governador do Estado do Paraná, Major José Scheleder da Polícia Militar do
Paraná, o qual elevada assistência assim se expressou: -"Na forma da Lei
de acordo com o previsto eu Major Schedeler, declaro instalado o município de
Assaí. Assim fique registrado na história do Paraná para o conhecimento de todo
e perpétua lembrança das gerações futuras”.
Evolução da População.
Com a fertilidade do solo, o Município teve
um rápido povoamento sendo em 1940, calcula-se que aproximadamente 28.000
pessoas habitavam a área que hoje pertence a Assaí. Houve um aumento
populacional urbano, a partir da década de 70, devido a migração do trabalhador
braçal para a cidade, em conseqüência da mecanização agrícola com a entrada da
soja, milho e do trigo, substituindo o algodão e o café que foi erradicado em
conseqüência da grande geada de 1975.
Evolução da Economia.
A terra roxa da região da Fazenda Três
Barras – hoje Assaí, fez com que muitas famílias especialmente do interior de
São Paulo, oportassem na Terra do Sol Nascente para a cafeicultura na década de
30 e 40. A antiga Fazenda Três Barras, como o norte do Paraná, foi coberto de
verde do café – a fase do Ouro Verde. Com a grande geada de 1954 destruindo os
cafezais, aumentou-se sensivelmente o plantio de algodão, substituindo-se pouco
a pouco o café. Nos anos de 1960, Assaí foi considerada a capital do algodão, a
fase econômica do Ouro Branco. Para ter uma idéia, nessa época funcionavam a
todo vapor seis máquinas de algodão. Assaí tornou-se o centro da microrregião
algodoeira. As dificuldades do campo começaram. As geadas de 1963 e 1975
acabaram definitivamente com os cafezais. Começa uma nova fase agrícola de
Assaí e região: a mecanização agrícola, a soja e trigo começaram a dar uma nova
paisagem ao campo.A partir de 1975 aproximadamente, aumenta a produção
hortifrutigranjeira. Assaí começa a se destacar na produção de uva Itália.A
partir de 1980 começa aflorar a pecuária na região. O campo muda, a cidade
evolui com a migração do trabalhador rural para a cidade, começam as
construções dos conjuntos habitacionais e a preocupação coma a industrialização
para atender o crescente aumento de trabalhadores urbanos.
Acidentes Geográficos.
Os principais acidentes geográficos do
município são os seguintes: o caudaloso Rio Tibagi, que ocorre em direção ao
sul-norte que serve de divisa, lado oeste do município com os de Londrina e
Ibiporã; no lado sul o Ribeirão São Paulo, depois o Rio São Jerônimo que corre
em direção leste-oeste e lhe serve de divisa no lado sul, com os municípios de
Santa Cecília do Pavão e São Jerônimo da Serra, a seguir os Ribeirões de
Jataizinho e Peroba que percorrem em direção leste-oeste desembocando no Rio
Tibagi, Ribeirão do Tigre que nasce na Secção Bálsamo e corre em direção
sul-norte e lhe serve de divisa com os municípios de São Sebastião da Amoreira
e Nova América da Colina.
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